A onda de frio registrada no Texas (a maior desde o início do século XX) trouxe uma situação inusitada para o país: o congelamento de usinas, e como consequência mais de 4 milhões de pessoas sem energia.
A utilização de energia elétrica é de suma importância para sobrevivência e evolução humana. A eletricidade é insumo base para produção da cadeira que nos sentamos, do carro que dirigimos etc., mas podemos citar que a sua maior importância está no conforto térmico que a energia nos traz. Em países tropicais, como o Brasil, utilizamos em grande quantidade ar-condicionado, e isto impulsiona o consumo de energia, como pode-se ver na figura abaixo, na qual, em janeiro de 2019, batemos o recorde de consumo instantâneo, devido a uma onda de calor que se instaurou naquele momento.
No caso de países como os EUA, a busca pelo conforto térmico ocorre com maior intensidade no frio, na qual existe a necessidade de se ligar aquecedor, caso contrário, as pessoas poderiam estar sujeitas a eventos extremamente intensos.
A falta de energia repentinamente, traz consequências graves no dia a dia do ser humano, mas uma situação como a vivida no Texas vai além: ameaça a sobrevivência das pessoas que ali vivem.
Este fato reforça a importância de uma busca por maior segurança de fornecimento, até em eventos completamente inusitados. Esta segurança basicamente pode ser adquirida através da:
- Diversificação da Matriz Elétrica: quando estamos falando de dependência de recursos renováveis é de suma importância que os recursos entre si sejam complementares (por exemplo, no Brasil o auge das eólicas ocorre a partir do meio do ano, quando as hidrelétricas estão no meio do período seco), além de ser importante uma base de usinas térmicas, como backup, para quando as demais opções de recursos falharem.
- Rede de Transmissão: quanto maior a rede de transmissão, mais usinas ela alcança. Isto significa que na falta de uma, outra em maior distância poderia suprir. No caso do Texas, estamos falando de um sistema isolado (Texas Interconnection Grid) e no momento da indisponibilidade em grande escala de uma série de usinas locais, devido a onda de frio, não foi possível buscar alternativas.
Neste sentido, a rede de transmissão brasileira é bastante extensa e segue crescendo. Nossos maiores riscos hoje, são em caso de falha de uma rede de transmissão, como o caso do Amapá, e o custo que a energia pode atingir em si, uma vez que ainda possuímos uma matriz basicamente dependente de recursos como água e vento, e na falta destes recursos, estamos buscando térmicas extremamente caras.
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