Ao contrário do que ocorreu nos últimos dois anos, os últimos reajustes tarifários divulgados pela ANEEL apresentaram quedas nas tarifas, principalmente na parcela TE (tarifa de energia), reduzindo principalmente o custo de energia de consumidores cativos. Este processo reduz a viabilidade de migração ao mercado livre, no entanto, não elimina. Mesmo com a redução, consumidores estão encontrando oportunidades com reduções acima dos 15%.

Efeito do reajuste por parcela das distribuidoras CELESC, ESS, CELPA, ENEL-SP. Dados ANEEL, elaboração própria.

Mas por que a tarifa reduziu tanto? 

Podemos dizer que o motivo principal para esta redução é o fato de que o ano de 2019 está com uma hidrologia muito melhor que 2018 e 2017, isto está acarretando em PLDs mais baixos ao longo do ano, sobretudo nos meses do período seco, quando nos últimos anos praticamente tivemos 3 meses de preço teto.

Mas por que o PLD influencia na tarifa cativa?

Isto ocorre pois desde a cotização de diversas hidrelétricas, o risco hidrológico está embutido na tarifas dos consumidores regulados. Portanto, em um ano de hidrologia ruim, na qual é necessário “valorar” a exposição da falta de geração por falta de chuva, esta exposição gera um montante financeiro altíssimo, devido ao PLD também alto. Neste ano, com o preço spot quase metade do ano anterior, uma boa parcela financeira deverá aliviar as tarifas.

É importante que os consumidores de energia fiquem atentos aos resultados futuros e às decisões de compra de energia, a fim de sempre estarem economizando perante o mercado regulado.