Nestes último meses, o mundo esteve sob efeito da La Niña, fenômeno que representa o esfriamento anormal das águas superficiais e sub-superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. Já o fenômeno El Niño representa justamente o padrão contrário: aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico.
E o que esta alteração na temperatura do Oceano Pacífico pode acarretar?
A anomalia de temperatura nesta região do oceano Pacífico Equatorial, traz consequências diretas e indiretas na circulação atmosférica, das quais, uma delas é a alteração do padrão de chuvas no Brasil. Para retratar um efeito mais comum destes fenômenos nos períodos de dez a fev (verão no hemisfério sul) e jun a ago (inverno no hemisfério sul), as figuras abaixo, retiradas do CPTEC/INPE (http://enos.cptec.inpe.br/ consultado em 27 de junho de 2018) mostra justamente as consequências diretas e indiretas destes fenômenos.
Efeitos principais do El Niño Efeitos principais da La Niña
Como pode ser observado, entre as consequências principais da La Niña no período de verão é apontado uma estação mais seca na região sul do Brasil e mais chuvosa no Norte e Nordeste brasileiro.
E quando ocorreu a última La Niña?
Anomalia de temperatura em ºC registrada no Oceano Pacífico a cada três meses (Retirada do retlatório “Weekly ENSO Evolution do CPC/NOAA)
A figura acima mostra em vermelho os trimestres que estivemos sob El Niño e em azul os trimestres que estivemos sob La Niña. Importante destacar que de Setembro 2017 até Abril de 2018 estivemos sob efeito da La Niña e isto apresentou consequências na hidrologia brasileira, que estão afetando inclusive o preço de energia. Basicamente, se observarmos a precipitação na Bacia do Rio Uruguai, no Sul do país, fica claro o efeito que este fenômeno teve neste período de verão em relação ao mesmo período do ano passado.
Precipitação na Bacia do Uruguai desde junho 2016. Figura retirada do CPTEC/INPE em 27 de junho de 2018.
Se compararmos a precipitação da Bacia do Uruguai com a do São Francisco, fica claro que este período de janeiro a abril em relação ao ano anterior apresentou precipitações muito melhores para esta Bacia. Logo fica notável o efeito contrário entre elas.
Precipitação na Bacia do São Francisco desde junho 2016. Figura retirada do CPTEC/INPE em 27 de junho de 2018.
O efeito desta variação de precipitação no enchimento dos reservatórios foi direto, abaixo, seguem as curvas de armazenamento de água para geração de energia, de ambos submercados (Sul e Nordeste):
Gráfico de armazenamento na região Nordeste e Sul (dados do ONS, elaboração equipe de inteligência Solver Energia).
O armazenamento de água de cada região, influencia diretamente no preço de energia. A Solver mantém este acompanhamento diário para busca das melhores oportunidades de compra de energia, pois são em momentos de boas precipitações e armazenamentos cheios que surgem as melhores janelas de negociação.
Em caso de dúvidas fale com um de nossos especialistas.
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