Como todo mercado, devemos sempre observar “oferta” e “demanda” para entender se um preço pode subir ou cair no decorrer do tempo. No mercado de energia, podemos dizer que boa parte da oferta provém de fonte hídrica, logo a falta de chuvas, bem como foi o 2021, traz aumento de preço.

Do outro lado, devemos observar a “demanda” que nada mais é o consumo do país, cujas maiores variações estão ligadas ao PIB e temperatura.

Em abril de 2020, por exemplo, quando tivemos o lock down da pandemia, o consumo do país caiu vertiginosamente (bem como PIB) e esta queda trouxe redução abrupta nos preços.

O efeito da temperatura também é bastante importante para um país com características tropicais como o nosso: na figura abaixo é possível verificar a queda do consumo de outubro em relação a setembro/21, sendo que outubro foi um mês mais frio que setembro.

Figura 1 – Carga (MWm) do país ano após ano.

Como uma mudança no cenário econômico pode afetar os preços?

Há cada 4 meses o operador do sistema revisa a “previsão” de consumo para os próximos 5 anos que está contida nos modelos de preço. No momento em que foi feita a última revisão (figura ), válida para a partir de set/21, a projeção de crescimento de consumo de 2022 em relação a 2021 estava em 2,9%. No entanto, com o atual momento econômico, o PIB de 2022 vem sendo revisto para baixo semana após semana, e no último boletim focus abaixo, pode-se ver que a projeção de 2022 já está em 1,2%. Isto deverá resultar em uma revisão nos modelos de preço para 2022 e no momento que ocorrer, haverá impacto de queda no PLD calculado.

Figura 2 – Projeção de crescimento de consumo ano a ano contida nos modelos de preço. Figura retirada da 2ª Revisão de Carga Quadrimestral do ONS.

 

Figura 3 – Figura retirada de Boletim focus de 29/10/21.

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