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Artigo Exclusivo de Guilherme Susteras e Alexandre Bueno
Sócios da Empresa SUN MOBI

O mercado de geração renovável está em ampla evolução globalmente. Dados da Bloomberg New Energy Finance (BNEF) indicam que desde 2015 investimentos globais em fontes renováveis vem ultrapassando investimentos globais na indústria de óleo e gás.

Um dos efeitos claramente observáveis é a evolução da capacidade instalada de geração solar fotovoltaica, saindo de valores insignificativos em 2005 (próximo de zero) a algo perto de 290 GWp ao final de 2016.

Essa evolução foi levada em boa medida pela redução do custo da tecnologia fotovoltaica (em torno de 20% ao ano nos últimos 10 anos), o que cria um círculo virtuoso: a queda do custo leva ao aumento da capacidade instalada; como a indústria solar, baseada no silício, possui fortes ganhos de escala, o aumento da capacidade instalada leva a mais reduções no custo; e assim o círculo se realimenta (fonte BNEF).

Como o Brasil possui um dos melhores índices de irradiação solar (fonte Atlas Solarimétrico Brasileiro), a evolução da geração solar fotovoltaica é bastante natural. De fato, já se observam construções de 3.300 MWp de capacidade instalada de usinas cuja energia foi contratada através dos leilões de compra de energia organizados pelo Governo (fonte Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE), bem como os 224 MW já instalados na forma de geração distribuída ao final do 1º trimestre de 2018 (fonte ANEEL).

O mercado potencial estimado pela ANEEL, no momento da aprovação da Resolução 687/2015, indicava a expectativa de se alcançar 4.577 MW de geração solar distribuída até 2024, sendo 2.240 MW apenas na modalidade geração compartilhada. Isso significa, com base no consumo médio de uma residência e nas características técnicas típicas de uma usina solar fotovoltaica, um mercado potencial de mais de 1 milhão de residências.

Revisão da resolução 482/2012 e a criação da figura da Geração Compartilhada

Uma nova regulamentação introduzida pela Resolução Normativa 687/2015 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que modificou a Resolução Normativa 482/2012, introduziu, entre outras coisas, a figura da geração compartilhada.

Nas palavras da própria ANEEL:

A ANEEL criou ainda a figura da “geração compartilhada”, possibilitando que diversos interessados se unam em um consórcio ou em uma cooperativa, instalem uma micro ou minigeração distribuída e utilizem a energia gerada para redução das faturas dos consorciados ou cooperados)

Desta forma, a novidade da criação da figura da Geração Compartilhada, nos moldes das Community Solars dos EUA, trouxe grandes avanços para os consumidores de energia, inclusive com vantagens significativas em relação à instalação de painéis diretamente nos telhados, acabando com:

  • Necessidade de disponibilidade de espaço suficiente para instalação de painéis
  • Necessidade de ausência de elementos que possam causar sombreamento (árvores, prédios vizinhos, etc.)
  • Eventuais necessidades de reforço nas estruturas;
  • Impossibilidade de instalação para moradores de apartamentos;
  • Impraticalidade de instalação no caso de inquilinos e etc.

Assim, a Geração Compartilhada democratiza o acesso à energia solar para um grande conjunto de pessoas, tais como moradores de apartamentos, inquilinos, moradores de casas sem condições técnicas, etc.

Usina Solar Compartilhada Mauricio Valter Susteras

No espírito de inovação e pioneirismo, a Sun Mobi implantou sua primeira usina, com capacidade instalada inicial de 75 kWp e que deverá chegar a 400 kWp até junho/2018, na cidade de Araçoiaba da Serra-SP, na área de concessão da CPFL Piratininga.

Esta usina é operada na modalidade geração compartilhada, conforme estabelecido pela Resolução ANEEL 482/2012 alterada pela Resolução 687/2015 e é a primeira usina a operar neste novo conceito comercial e regulatório com foco em pessoas físicas.

SOBRE A SUN MOBI

A Sun Mobi é uma enertech, cuja visão é ser a empresa líder em geração compartilhada no Brasil, viabilizando o acesso à energia limpa para pessoas físicas e pequenas e médias empresas por meio de canais inovadores. Pretendemos atingir 5 mil clientes em 2020, chegando a 40 mil clientes em 2025.

Nossa forma de atuação da empresa é através da implementação de usinas de geração compartilhada em módulos de 1 MW, buscando ganhos de escala, sem grandes complexidades operacionais. Assim, após a instalação da primeira usina piloto em Araçoiaba da Serra-SP, chegaremos a 16 MW em 2020 e 141 MW em 2025.

Nossa equipe é formada por profissionais com forte formação acadêmica e histórico de sucesso profissional no setor de energias renováveis:

  • Alexandre Bueno, Historiador e MBA em Energia, ambos pela USP, tem mais de 15 anos de experiência no setor elétrico e mais de 10 anos em Planejamento Estratégico com passagens pela Enron, Duke Energy e CCEE. Como consultor atuou em grandes projetos como o Planejamento da Copa do Mundo 2014 para o Município de Porto Alegre, e em segmentos chave da economia, como Agronegócio, Portos e Concessões Rodoviárias; e
  • Guilherme Susteras, Bacharel e Mestre em Engenharia elétrica pela USP e Pós-graduado em Economia pela London School of Economics, tem mais de 15 anos de experiência profissional, tendo atuados em cargos na área de regulação e planejamento de empresas como Duke Energy, National Grid e Renova Energia, além de ter gerido mais de uma dezena de projetos estratégicos nas principais empresas de energia do Brasil em sua passagem pela Roland Berger.

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